A fabricante chinesa de celulares Xiaomi está relançando alguns aparelhos no Brasil, três anos depois de deixar o mercado devido a fatores como a instabilidade econômica. Por meio de uma parceria com a distribuidora local DL Eletrônicos, a empresa venderá produtos, incluindo cinco dispositivos móveis.
Além disso, contará com a colaboração de varejistas locais, lojas online e sua própria loja. O evento de lançamento ocorreu em um shopping center de São Paulo no dia 1º de junho. A empresa escolheu São Paulo porque concentra cerca de 45 milhões da população brasileira.
Compradores satisfeitos
O evento que marcou a chegada da Xiaomi no Brasil foi realizado no shopping Ibirapuera em um sábado e atraiu milhares de fãs da marca. Muitos consumidores ficaram acampados na frente alguns dias antes para ter a oportunidade de comprar os primeiros celulares que foram vendidos pela Xiaomi.
A maioria conseguiu adquirir um dispositivo, saindo do local muito satisfeito o que tornou esse evento um grande sucesso. Afinal, centenas de pessoas formaram uma fila de quase 500 metros para ter a chance de ter em mãos um celular da Xiaomi.
A Xiaomi ofereceu 30% desconto na compra de qualquer um de seus celulares top de linha. Essa promoção agradou muitos consumidores que estavam no local.
A marca está apostando nos consumidores brasileiros para expandir seus negócios, de forma que alcance um novo público. A ideia é chegar até pessoas que não estão familiarizadas com a marca, disse o diretor do grupo DL, representante da Xiaomi.
Sem dúvidas, as gigantes chinesas de telefonia móvel estão cada vez mais reconhecendo a qualidade do nosso mercado. Embora o país ainda esteja em crise, a Xiaomi está confiante de que poderá ter um bom faturamento no Brasil.
A Xiaomi já estava no Brasil
Os celulares da Xiaomi já estavam disponíveis em algumas lojas do Brasil, antes mesmo da abertura da loja oficial. A ideia de ter uma loja física tende a aumentar o reconhecimento da Xiaomi, ou seja, a marca ganhará mais status no mercado de celulares.
A nova loja da Xiaomi no Brasil conta com vários modelos de celulares, além de itens eletrônicos desenvolvidos pela empresa. Por exemplo, aspiradores de pó e até câmeras de vigilância, bem como relógios com várias funções, guarda-chuvas inteligentes e iluminação LED.
Para atingir o mercado brasileiro, a primeira loja física é fundamental, já que oferece não apenas celulares, mas também outros produtos tecnológicos da empresa.
Experiência frustrada em 2015
Depois de construir uma grande expectativa no consumidor, a Xiaomi surgiu pela primeira vez no Brasil em 2015 com um único dispositivo importado que estava disponível para os consumidores que se inscrevessem para um evento de compras online.
Após meses de especulação, a fabricante de celulares chinesa Xiaomi anunciou oficialmente sua chegada ao Brasil naquele ano, seu primeiro mercado internacional fora da Ásia.
Na época, a empresa optou por vender no país um celular de nível básico, o Redmi2, que foi vendido a R $ 500.
Por que não deu certo?
A Xiaomi esperava que esse preço baixo atraísse os brasileiros preocupados em economizar, à medida que as condições econômicas do país se estabilizassem. A empresa tinha previsões positivas para o mercado econômico, mas o crescimento de 16% em 2015 não se concretizou.
Além disso, a baixa disponibilidade de produtos e problemas no site prejudicou o início das operações da empresa chinesa no Brasil, lideradas na época pelo executivo brasileiro Hugo Barra, agora vice-presidente da divisão de realidade virtual do Facebook.
Os dispositivos começaram a ser produzidos localmente por meio de um acordo com a Foxconn. Menos de um ano depois, a empresa começou a perder força e suas operações no Brasil foram significativamente reduzidas.
Na época, Barra citava alguns obstáculos, incluindo mudanças constantes na fabricação e na tributação, que impossibilitavam a empresa de continuar vendendo localmente. A notícia do retorno da Xiaomi ao mercado brasileiro segue o mesmo movimento da Huawei, outra fabricante chinesa que desistiu do país após uma tentativa anterior, também em 2015.
Lançamentos
A Xiaomi revelou recentemente que pretende lançar uma nova série de celulares para conquistar mais consumidores jovens, à medida que a empresa busca conquistar uma fatia maior do mercado de celulares cada vez mais competitivo no país.
A série Mi CC, projetada para proporcionar a excepcional experiência de fotografia que as gerações mais jovens desejam, possui cores modernas e recursos avançados de câmera frontal e câmera traseira com tecnologia de inteligência artificial (AI).
Três celulares formam a nova série: o Mi CC9, Mi CC9e e Mi CC9 Meitu Edition. Os dispositivos são equipados com as mais recentes tecnologias de sensores de impressão digital na tela, com uma velocidade de desbloqueio mais rápida e uma taxa de reconhecimento facial mais bem-sucedida, além de proteção ocular com pouca luz azul.
O Mi CC9 Meitu Edition é o produto conjunto da Xiaomi e do aplicativo de edição de fotos Meitu, com um recurso exclusivo de foto com pouca luz, que permite aos usuários tirar retratos bonitos e de alta qualidade com luz ambiente quase nula.
A Xiaomi intensificou a expansão em nichos de mercado nos últimos anos. Ela transformou sua série de celulares Redmi em uma marca independente no início de 2019. E assim se concentrou no desenvolvimento de celulares que atendem a diferentes grupos de consumidores.
A empresa registrou um aumento de 27,2% na receita no primeiro trimestre deste ano. O mercado de celulares da China se recuperou em abril e maio, após um desempenho lento por cinco meses consecutivos.
Previsões para 2019
Segundo dados da IDC, o volume de vendas de celulares no Brasil permanecerá baixo em 2019, mas os consumidores gastarão mais. Os analistas prevêem que os celulares com preços acima de 10.000 reais (US $ 2.475) devem chegar às prateleiras dos varejistas brasileiros ainda este ano.
Portanto, a ideia é alcançar os consumidores de todas as classes sociais, oferecendo celulares de alta qualidade com valores variados.
E você? Gostaria de ter um celular da Xiaomi? Deixe um comentário.
